Só de falarmos que, desde o início da pandemia até ontem (20/4), o número de casos de Covid-19 na Nova Zelândia chegou a 2.596 pessoas infectadas – apenas uma portadora do vírus no momento – e 26 mortos no total, já pode resumir um pouco do que vamos abordar neste texto.
Jornais nacionais e internacionais dizem que um dos fatores que levaram o país a ser o melhor combatente à Covid-19 – doença causada pelo novo coronavírus (Sars-coV-2) -, foi a forte e inteligente liderança da primeira-ministra Jacinda Ardern.
“O cenário atual é reflexo, sobretudo, da resposta rápida da primeira-ministra Jacinda Arden assim que os primeiros sinais do vírus surgiram no país”, disse a repórter Rafaella Oliveira, da Veja.
Leia os tópicos abaixo e entenda como foram as bases estratégicas do combate à pandemia pela Nova Zelândia:
Lockdown
Essa foi a medida mais importante para ajudar a diminuir a transmissão do coronavírus no país, que adotou o bloqueio total no dia 25 de março de 2020.
Antes mesmo de alguma morte ser registrada, a primeira-ministra Jacinda Ardern decretou o lockdown. Dentre as regras de restrição, estavam:
- As pessoas são instruídas a ficar em casa e em sua bolha.
- As viagens são severamente limitadas.
- Todas as reuniões são canceladas e todos os locais públicos são fechados.
- Fechamento de empresas, exceto para serviços essenciais – por exemplo, supermercados, farmácias, clínicas, postos de gasolina e serviços de linha de vida permanecerão abertos.
- Instituições estudantis fechadas.
- Racionamento de suprimentos.
- Repriorização dos serviços de saúde.
As regras só ficaram mais brandas quando se confirmou a diminuição dos casos e ausência de óbito.
Mas mesmo quando apenas um caso é confirmado, os alertas se acendem novamente pelo menos na região onde ele foi registrado.
Ou seja, as restrições retornam, com o nível de acordo com a necessidade da situação.
Governo exemplar
Não é à toa que a Nova Zelândia divide o topo da lista de países menos corruptos do mundo com a Dinamarca, segundo o Índice de Percepção de Corrupção 2020.
Sua primeira-ministra, Jacinda Ardern, diminuiu seu próprio salário em 20% por seis meses logo após o início da pandemia.
O exemplo já começou de cima com essa demonstração de humildade e de igualdade.
Socorro financeiro
O Governo da Nova Zelândia respondeu às reclamações sobre a economia do país injetando aproximadamente R$ 50 bilhões (NZ$ 12,5 bi), auxílio este que foi transmitido dos trabalhadores aos pequenos empresários.
E vale lembrar, também, que mesmo em meio à pandemia de Covid-19 no mundo, o país foi capaz de aumentar o salário mínimo no primeiro dia deste mês, além de aumentar o imposto sobre os mais ricos.
Incentivo ao uso de máscara
Depois que comprovado que uma das mais eficazes maneiras de evitar a transmissão do novo coronavírus é com o uso de máscaras, o governo neozelandês fez uma super campanha para incentivar seu uso.
Agora, no país, mesmo com o retorno das atividades, ainda sim o uso de máscara é obrigatório no transporte público.
Fronteiras fechadas e criação do MIQ
O país não conseguiu conter a pandemia só por ser totalmente ilhado naturalmente, mas por ter fechado suas fronteiras desde o surgimento dos primeiros casos.
Visitantes nem interessados em imigrar para a Nova Zelândia têm permissão para entrar no país, salvo os próprios kiwis, cidadãos neozelandeses e pessoas que possuem o visto de residência.
Para que essas pessoas possam resolver quaisquer problemas fora das ilhas, é preciso que retorne e passem pelo menos 14 dias numa instalação MIQ (Managed Isolation and Quarantine).
Durante a estadia na instalação, os viajantes precisam passar por testes e obter o resultado negativo para, então, sair após esse período do local e poder desfrutar do país.
Mas é preciso ficar atento ao site do MIQ para eventuais mudanças de estratégias, que podem ter regras mais duras.
Vida normal?
É claro que de tempos em tempos, surgindo alguns casos de Covid-19, as coisas possam mudar de cenário nas terras kiwis.
Mas aí é só lembrarmos que a vacina da Pfizer (Biontech) já está sendo aplicada na população da Nova Zelândia.
Além do mais, a previsão de que todos sejam imunizados é de até o fim deste ano.
Tudo isso, em comparação a países como Estados Unidos, Brasil e Índia (os países mais impactados pela pandemia do novo coronavírus no mundo), parece até um sonho, não é?
Ah, e nunca deixar de fazer nossa parte. Um dia, quem sabe, possamos nos ver livres da pandemia não só na Nova Zelândia, mas em todo o mundo.
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